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Depoimentos:

"Desde pequena tinha os exemplos da minha mãe e da tia Silvia que juntavam saquinhos plásticos de leite para Dona Aparecida de Uberaba. Essa força e determinação ao trabalho em prol de outras pessoas sempre foi conhecida no meio espírita pela garra de nosso Chico Xavier e da Dona Aparecida. O trabalho desenvolvido pela Dona Aparecida, sua história de vida e seu devotamento para com os doentes, nos impulsiona a trabalhar sempre mais.

 

Hoje o Lar da Caridade é dirigido por sua neta Ivone, que com o mesmo devotamento pessoal, trabalha para o bem da comunidade de Uberaba. Não só em prol dos cometidos pela doença do “fogo selvagem”, mas, estendendo o seu afeto também às crianças, gestantes e adolescentes.

 

Ficamos aqui em São Paulo pensando como e o que podemos fazer para ajudar um trabalho tão bonito, que trata as pessoas com amor e respeito. Nossa vida corrida acaba nos engolindo e a cada campanha feita para o Lar da Caridade nos gera uma grande alegria em fazer parte de um trabalho de tão grande responsabilidade. Tento passar para minhas filhas o mesmo que minha mãe me fez amar. Obrigada a Jesus e equipe do Lar da Caridade, por tão linda dedicação. Se tivéssemos no mundo casas que desenvolvessem trabalhos como esses, nosso mundo seria menos violento e muito mais amoroso."

 

Lucia Elena, Flávio, Beatriz e Sofia R de Francesco

 São Paulo SP

LUCIA

"Eram os anos 60/70. Vez que outra ia ao Centro de São Paulo com minha mãe, e ao atravessarmos a região do histórico Vale do Anhangabaú eu sempre via uma mulher alta, negra, de olhar penetrante e triste, a pedir esmolas.  Com o decorrer do tempo, além de esmolar, essa mulher intrigante para mim, pois me fascinava sua altivez, passou a pedir também saquinhos de leite vazios para usar no tratamento de doentes do “fogo selvagem”. Aquilo tudo ativava minha imaginação. Como seria essa doença que além de ser fogo era selvagem? E as pessoas faziam roupas de saquinho de leite? A partir do dia em que a vimos pedindo os saquinhos nunca mais deixamos de juntá-los e entregá-los a ela.

 

Eu passei a pedir junto com minha mãe saquinhos para todas as pessoas de nosso circulo de amizade, mesmo porque em casa não tínhamos muita condição de comprar leite todos os dias. Mas foi pedindo diariamente que juntávamos vários saquinhos e quando não os entregávamos àquela mulher, levávamos para a Federação Espírita de São Paulo, que era o local centralizador para as “pessoas de bom coração” fazerem suas doações. Cresci. Comecei a trabalhar no Centro, e ao menos uma vez ao mês lá estava ela no Vale do Anhangabaú. Eu gostava tanto daquela mulher, ela me fascinava. Achava-a corajosa. Imagina só ficar pedindo nas ruas de São Paulo, por doentes de outro local, que na minha imaginação era muito longe. Então resolvi um dia parar e conversar com ela. Foi ali meu primeiro contato direto com a irmã Aparecida. Foi assim que acostumei a tratá-la: irmã Aparecida. O tempo passou, o leite na embalagem de saquinho saiu da moda, veio o leite em “caixinha”. E agora, como a irmã Aparecida vai fazer? Todo mês ia para Uberaba, através de caravanas ou de caminhões milhares de saquinhos de leite que além de “refrescar” os doentes, eram vendidos e rendia um bom dinheiro para as obras de caridade da irmã Aparecida.

 

Durante muitos anos fui a Uberaba e visitava o Hospital do Fogo Selvagem. Vi essa obra crescer e decrescer. Depois da ida de nossa irmã Aparecida para Pátria Espiritual, a obra tem sido mantida por sua neta, mas as pessoas já não vão lá como antes. Em homenagem à irmã Aparecida, essa mulher impar, que tanto nos ensinou sobre a prática da caridade, continuemos a contribuir com o Hospital do Fogo Selvagem, que hoje se chama LAR DA CARIDADE, porque expandiu suas atividades, passando a beneficiar também crianças e jovens, famílias, idosos, pessoas com deficiência física e mental."

Neide Aparecida Fonseca

São Paulo

NEIDE
LUIZ

"Eu ainda estava com 20 anos de idade, adquiri uma doença de pele chamada eczema, que se alastrou por quase todo o meu corpo, não podia nem trabalhar. Foi então que ouvi falar do Hospital do Fogo Selvagem em Uberaba. Fui para lá e chegando naquele hospital, fui recebido pela D. Aparecida (infelizmente hoje já falecida), que era a presidente do hospital e o tratamento começou imediatamente. Para minha grande surpresa, em poucos dias não tinha mais nada. Achei que era a hora de ir embora para São Paulo, mas não era bem assim, pois comecei a entender como era a rotina daquele hospital, percebi que todos que trabalhavam lá já foram doentes e que estavam todos curados e ficaram por lá para ajudar no funcionamento do lugar. 

 

Cada um tinha uma função especifica e eu também resolvi ficar e ajudar. Era uma forma de compensar o tratamento que era totalmente gratuito. Minha primeira tarefa foi trabalhar numa horta do hospital, onde se plantava de tudo. Eu não entendia nada daquilo, mas com a colaboração de todos fui aprendendo desde a preparação da terra, plantar, cuidar e colher verdura e legumes.

 

Depois de algum tempo, fui trabalhar numa fazenda, também do hospital. Com o tempo, fui aprendendo de tudo um pouco. Era um serviço mais pesado, mas para mim foi ótimo, pois contribuiu muito para me fortalecer fisicamente, pois estava muito debilitado quando cheguei ao hospital.

 

Passado algum tempo, retornei ao hospital para trabalhar numa caldeira, onde se esquentava a água para o banho dos doentes. Foi outro serviço pesado, mas também foi muito útil para mim. Depois, fui trabalhar num imenso jardim que havia lá no hospital. Eu não entendia nada sobre flores, mas com a dedicação da D. Aparecida fui aprendendo tudo sobre jardinagem e, por sinal, foi o trabalho de que eu mais gostei. Para mim, tudo o que aprendi foi uma experiência de vida que passei, pois nada daquilo tinha a ver com minha formação, pois eu era formado em Contabilidade. Depois, ajudei em outras atividades como em campanhas que o hospital realizava todos os anos para arrecadar fundos para a compra de alimentos e medicamentos. 

 

Meu nome é Luiz Antônio Rizzo, tenho perfeita saúde, graças ao Hospital do Pênfigo, que foi meu segundo lar, a todos os doentes que foram mais que uma família para mim e graças principalmente à D. Aparecida (que Deus a tenha), a quem serei eternamente grato por ser o que sou hoje."

Luiz Antônio Rizzo

São Paulo

EDILENE

"Tenho 45 anos, moro em Barretos, sou portadora de doença pênfigo vulgar. As lesões começaram a sair na boca e nariz, ouvido, em agosto de 2011, quando procurei ajuda de um otorrino muito competente, que achou estranho e pediu ajuda de outro profissional no Hospital do Câncer de Barretos. Fiz a biopsia e depois de quinze dias foi constatado pênfigo vulgar.

Até o resultado da biopsia sofri muito, pois os medicamentos usados não correspondiam ao tratamento. Com o resultado em mãos tentaram por três meses medicamentos muito fortes que também não deram certo. Agosto, setembro e outubro foram os piores meses da minha vida.

Em 12 de novembro, casei minha filha. A festa foi maravilhosa, mas eu já estava cheia de feridas. Me lembro como se fosse hoje, fiquei com tanta vontade de comer o feijão tropeiro que bati no liquidificador e bebi chorando de dor de tanta ferida. Passados os três meses com uma segunda opinião de um dermatologista, que me encaminhou para Ribeirão Preto, depois que saísse o encaminhamento que demoraria uns 15 dias. Com medo de morrer, chamei meus filhos e nora e reparti entre eles o que eu tinha.

Entrei em uma depressão que não se deseja nem para  pior inimigo. Fui piorando, achando que ficaria louca, já não dormia e as crises eram constantes. Mas como Deus é maravilhoso, numa das crises tive que ir ao OS e a médica infectologista conhecia o Hospital do Pênfigo de Uberaba e me encaminhou para o atendimento rapidamente. O médico que me recebeu me perguntou: - Você confia em Deus? Respondi que sim, mas que minha fé estava abalada.

Ele disse que metade do meu tratamento viria da minha fé e a outra metade da confiança nele. Dei um abraço na minha filha como se nunca mais eu fosse vê-la.

A primeira coisa que o médico fez foi me colocar para dormir, já que há três meses eu não dormia. Mudou os medicamentos  e já comecei a me sentir melhor. Fiquei 35 dias internada no Hospital do Pênfigo. Aprendi muitas coisas boas naquele lugar abençoado por Deus e fui muito feliz. Agora sei que podemos nos curar.

O médico possui sabedoria e uma luz que brilha o tempo todo. Saí curada, mas devido ao calor e exposição ao sol, tive que retornar e  agora estou bem, graças a Deus, ao médico e a toda a equipe da Saúde.

Bom seria se os profissionais não brincassem tanto com a vida do outro, não focassem só em dinheiro e já mandassem os pacientes de uma doença tão cruel, que te queima em vida, ir para esse Hospital, um lugar iluminado por Deus.

Obrigada."

Edilene Aparecida de Souza Lima

Barretos - SP

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